22.8.07

ESTAPAFÚRDIO

Por esses dias andei de braços com o estapafúrdio,
uma vida em seu momento mais inútil, duro e nu.
Acalentando a vileza da orgia de seus prazeres, odiando ao mesmo tempo
Num estado mental confuso, triste, desesperançado, sem saída
Nem sentido

Imerso nesta inospitalidade, quis me jogar fora
Ou manter-me eternamente paralisado, não sei bem (nem sei se faz diferença)
Novas mensagens não cessaram de chegar – tantas urgências...
Mas meu tempo não lhes concedeu um segundo de atenção

Ocupações não fazem de mim quem sou
Ao contrário, me corrompem, me usurpam, me dilaceram a cada passo
A cada ida ao banco, a cada visita ao mecânico, a cada compra na padaria
Asneiras que não incomodam ninguém, e parecem me roubar o ser...

Hoje acordei melhor

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