22.11.05

QUANDO

Quando a única se faz outra
Quando a sã se faz louca
E a douta se faz tola

Quando a pele se faz febre
Quando o peito se faz pouco
E a sede se faz carne

Quando o olhar se faz lânguido
Quando o sopro se faz plácido
E o sono se faz macio

Quando tudo enternece a alma
Quando a mão desconhece a palma
E o luxo se faz lixo
E o coração se faz caixa
Pra guardar os amores

Que um dia vem
Noutro dia vão.

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