21.8.06

CUPIDO

Eu era a seta
de um cupido tosco
e era a ferida aberta
da qual fluía um sangue que,
ao coagular-se,
vertia paz ao homem.

Eu era a assombração
e o susto
e era o coração tremente
com a vizinhança do amor
- ou da morte -
nunca se saberia.

Eu era a prisão
a grade, o fosso
e era a fuga
a eletricidade na cerca
depois no corpo
e a última saudade.

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