4.7.05

MALES

Há que se concentrar nas angústias, nas perdas,
nos momentos de tristeza e de atribulação
Há que se manter coeso, pra que essas dores não dissipem,
como nuvens traiçoeiras, dissimuladoras dos temporais.
Há que se burilar os rancores; os medos, fazê-los muitos.
Há que se duvidar da vida, e a cada vacilo dela, ameaçá-la
pois a vida teme mais a seu algoz que o tempo à quietude.
Há que se fazer presente nas indecisões do tempo,
surpreendê-lo com cronômetros e rugas.
Há que se implicar os males,
na busca da perfeição inexistente, mas bem-vinda
da primeira vez de tudo.

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