19.4.06

PROMESSAS

Sei que fui a lugares que minha mãe sequer sonharia, mas é difícil distinguir entre oportunidades de crescimento e portas para as modalidades mais lentas de suicídio. Às vezes me sinto longe, às vezes penso que não saí do lugar. Às vezes me sento no sofá com palavras-cruzadas e prevejo uma brisa mais leve, plena de um ócio criativo. Às vezes me sinto cansado com tanto trabalho à frente.
E temo passar mais da metade da vida preso entre o infarto e a cadeira do bar. E o tempo que restar prometendo um dia fazer tudo diferente, dar valor àquilo pelo que tenho sido cobrado, mas que já nem me faz falta.
A eternidade salve nossas promessas.

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