19.7.04

INTERDITO
 
Ricardo amava Maria, que amava Pessoa, que amava.
Segurou o amor por respeito à outra, por quem não movia uma caixa de fósforos vazia. Deixou ir embora a oportunidade que tinha, nada pequena. Da vida, talvez. Foi dormir tranqüilo, moralizado, mas sozinho. Nem era sacanagem o que ele queria, era carinho. E um sorriso meigo. É bobo mesmo, o que fazer? Mas tão bonito. Da bobeira da vida mesmo, sem ainda ajuizar pelas cabeças que pensam. Vai pensar nela mais três dias, acho. Bastante. Depois menos, só na hora de acordar e na de dormir.
Se soubesse, tinha sido mais claro, ido até mais o fundo - disse.
Mas quem falou que não sabia?! Já conhece essa história de trás para frente, de cor e sapateado. Acompanha todo processo bem de perto: reconhece como começa, percebe que está acontecendo, e confirma quando termina.
Ela tinge o cabelo, vai saber o que mais...
Gente, não acreditem nele.
Não enrola, se sentiu travado por nada. Pensou demais e, de novo, vai chorar na cama que é lugar quente. E de novo amanhã, viu? (sem querer me meter a oráculo de boteco)
Não falei??
 
Um dia ele aprende, gente, deixa comigo.

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