31.8.04

VÍCIO

Entregue em razão e espírito, vivia tempos de Nababo. A contensão era alegre, o sentido acenava clamando. Mas como linha de costura, como sempre, frágil.
A cabeça escondia tormenta cultivada longe, trazida em potes dourados desde uma aflição anterior, já esquecida inominada, e por isso tão perigosa.
Insinuada conexão entre as áres de plantio e a atual, de colheita, a cabeça correu e parou de súbito.
Num uso habilidoso da lei da inércia, conseguiu o que queria: misturar o que dera tanto trabalho para separar. E voltou aos tempos de confusão.
Onde estava o Pai numa hora daquelas? Chamava e não ouvia. Pudesse e faria o tempo voltar. Ou registraria patente da máquina de desacontecer, idéia cobiçada há tempos. Mas era como um vício.
E vício é o mecanismo de defesa contra a ruptura no tempo provocada pelo trauma de um verdadeiro acontecer.

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