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MENINA (resumido a 25% pelo microsoft word 2000)

Água no baço fazia a menina se portar como uma possuída. Quando dava de ter seus ataques, lançava-se ao chão, tremia os músculos do corpo inteiro, babava, relinchava.
Um dia, chegou na cidade a ‘Bela Trupe Internacional Companhia de Circo’. Umanha ficava umas cinco léguas do Vitória, distância que sempre parecera intransponível para uma companhia de tão limitadas condições. Além de ser utilizado pelo palhaço em suas apresentações, quando, com a ajuda de um ventilador embutido, lançava para cima polvilho amarelo - uma das sensações do espetáculo! – um velho calhambeque era o único meio de locomoção da trupe. Aos berros, esquisitos àquela hora da manhã, explicava quem eram e o que estavam fazendo ali. Abaixada a poeira, a cidade chegou à conclusão: a primeira grande apresentação aconteceria naquela mesma noite, depois da missa, na praça.
A praça costumava ser usada numa única específica circunstância: a festa da padroeira. Nestas festas, a menina não ia nunca. A menina tinha duas irmãs, que fizeram a mãe botar o vestido de festa no sol, para tirar o odor da naftalina. Depois da missa, passaram em casa para deixar a menina, e voltaram à praça.
A cada movimento certo, o cão ganhava do malabarista um carinho, e aplausos calorosos da platéia.
O malabarista agradeceu a platéia e sumiu por detrás do pano verde.
O número do calhambeque foi acompanhado com atenção, e descontraiu principalmente as crianças, que até então não haviam entendido muito do que ele dissera.De repente, uma clareira se abriu no meio do povo. O mágico pediu que ela juntasse as mãos na altura do quadril, em forma de concha. Quando deu por si, notou um barulhinho tênue vindo do céu. Eram pétalas de rosa que caíam, do nada, cintilando sobre cabeças incrédulas.

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