27.4.09

ANGÚSTIA

A angústia vai lá embaixo e a garganta quase desce traquéia adentro, diminuição de seu calibre. Andorinhas fugidias e obesas fazem já sua primavera, enquanto os sabiás gorjeiam e gozam a vida como podem. Como eu, que no caso soubera de um acaso recente, ainda amanhã, e resolvera dar parte de tudo na polícia das almas.
Máscaras de cobre se amarram com fios de nylon, assoberbam o aspecto fúnebre do rosto, o mórbido da gênese, o renascido do inferno em vida.
Sei, como Hilda, que nem tudo faz sentido, nem deve de fazer. Leia o sonho, ainda mais o sonho, ou a palpitação se faz diáfana por si. Quase não durmo, o corpo finge. Mas quem disse cansaço? Disse e repito: angústia.
Sabe o que é?

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