1.4.04

SAGRADO

Em dias de hoje, se leva tudo ao Deus-não-deu. Devotos de todas as poses, de todas as luzes que alumiam, na busca de fome pro pão nosso de cada dia (dai-nos também hoje). Sinceros e honestos ritos, carecem mitos, transbordam mistério. Sorte da vida, que de manha e gozo também se vive. Ao que pende da cruz, não dão sossego. Já sabe, não ainda? Por fazer o que eu não fiz, dá o fôlego de saber o que também não sei. Súplicas protestam apenas, fazem outra coisa não. Danado do homem – se acostuma até com a merda; depois, reclama. Vai bater tambor, até. Fora e através da ciência não científica: discernimento. Limpa a boca com água suja, coisa babada de pias salivas. Entrou no surto, já pro transe. Na chuva, pra se molhar. Criança que quer (porque quer) que a bolinha reapareça no mesmo lugar onde estava da última vez. E tudo isso muito junto, que a linguagem nem de longe me dá conta.
Vou fazer outro parágrafo aqui, ver se melhora. O tempo passa devagar e rápido demais. Aceita uma água? Um café? Você fuma? Dá um? Não, pode deixar, tenho isqueiro. Obrigado. Negócio bravo esse aí, né não? Hein? Volta lá em cima e repara: quase que eu fui. Quase surto eu. Surto sem susto, é verdade. Dá uma coisa de falar dessas coisas; quero nem lembrar. Tem um bonequinho de plástico logo ali, daqueles de colocar em cima do bolo de aniversário, festinha de criança com tema futebol. Vou brincar com ele um pouquinho.
Espera aí. Já volto.

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