9.4.04

SELEÇÃO NATURAL

Messalinas a serviço da seleção natural escondem entre as pernas um gosto entre o sem-sal e o azedo. A fome não é de comer chocolate, macarrão gostoso. Não. É fome de coisa suja, ânsia que brota de cada poro da pele do homem ao menor sinal de ventre fértil. Terra à vista, Cabral.
À noite, dunas escuras, becos fedidos, camas familiares, sacristias, de tudo emana o senso de preservação da espécie. Imortalidades capengas, sôfregas. Pau mole, logo toma uma fanta. Inveja a anca alheia.
No final, só isso. Mas aí entra a paranóia. Quer tornar a menina mulher. Quer gozar bonito pra mamãe aplaudir de pé. Pecador conturbado.
Em cada recusa dela, recusa a própria humanidade, não querendo tais e tais genes a contaminar as próximas gerações. Com certa razão, convenhamos. (Por isso, mulher mais velha é outra conversa. A biologia já dando trégua, a mulher dá por dar mesmo).
Promete flor no dia seguinte. Liga mesmo, sei que liga.
Romântico é levar boceta na cara. O resto é suscetível, aquecimento, coração, preâmbulo.

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